As primeiras 24 horas do segundo mandato presidencial de Donald Trumpforam intensas e reverberaram dentro e fora dos Estados Unidos. Houve reações aos decretos relacionados a questões tarifĂĄrias, ambientais, de diversidade de gĂȘnero, de saúde, de imigração.
Nos primeiros minutos de volta à Casa Branca, Donald Trump chamou a imprensa para o escritório presidencial, o Salão Oval. A mesa estava cheia de pastas. Cada uma era um decreto, um ato que o presidente pode tomar sozinho – com força de lei – mas sem poder criar, modificar ou acabar com direitos que dependem da aprovação do Congresso.
Por 50 minutos, Trump conversou com jornalistas enquanto assinava os decretos. Depois de assinar o primeiro, ligado ao que ele chama de invasão na fronteira sul, foi perguntado:
Raquel KrĂ€henbĂŒhl, repórter: O que o deixa confiante de que esses decretos sobre imigração não serão bloqueados nos tribunais – como aconteceu com vĂĄrias medidas para conter a imigração no primeiro mandato?
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos: Eu não acho que serão. Eu não acho que podem ser. Elas são bem diretas.
Raquel KrĂ€henbĂŒhl: Qual é, para o senhor, a prioridade para a segurança nacional dos Estados Unidos?
Donald Trump: Minha prioridade em política externa é manter os Estados Unidos seguros. Muito simples.
Raquel KrĂ€henbĂŒhl perguntou a Trump se ele conversou com Xi Jinping, o presidente chinĂȘs, sobre a guerra na Ucrânia.
Donald Trump: Sim.
Raquel KrĂ€henbĂŒhl: Porque a China e o Brasil, juntos, tĂȘm uma proposta para que a Rússia e a Ucrânia conversem.
Donald Trump: Isso é bom. Estou pronto. Eu não sabia que o Brasil se envolveria.
Raquel KrĂ€henbĂŒhl: O Brasil estĂĄ envolvido.
Donald Trump: Essa é nova. VocĂȘ é do Brasil?
Raquel KrĂ€henbĂŒhl: Eu sou do Brasil.
Raquel KrĂ€henbĂŒhl perguntou quando Trump conversaria com o presidente brasileiro, Lula, e como vĂȘ a relação com o Brasil e com a América Latina.
"Ótima. Deve ser boa. Eles precisam de nós muito mais do que nós precisamos deles. Nós não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todo mundo precisa de nós", afirmou Trump.
Quanto às declarações sobre o Brasil, a ministra interina das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, disse que o governo brasileiro vai procurar trabalhar não as divergĂȘncias entre os dois países, mas as convergĂȘncias.