O ex-vereador de Bom Despacho Ailton Assis, de 64 anos, vivi momentos de terror ao ser espancado com socos e chutes por policiais militares no sítio onde mora, na comunidade Engenho do Ribeiro. Veja o vídeo acima.
A agressão ocorreu na tarde da última quarta-feira (22), quando a Polícia Militar (PM) foi até o sítio para cumprir um mandado de prisão contra o filho dele. Entretanto, segundo Ailton, ele acabou se tornando o principal alvo das agressões físicas e psicológicas. A família afirma que vai prestar queixa na Polícia Civil.
"Eu pensei que ia morrer", disse Ailton ao relatar que foi agredido com pelo menos 24 socos no rosto, além de chutes e pisões, inclusive no pescoço.
Segundo a PM, o vídeo veiculado nas redes sociais sobre a abordagem dos policiais mostra apenas parte dos fatos. Afirmou que Ailton tentou dificultar a ação dos policiais, fugindo com o celular do filho onde haveria provas dos crimes. Ele desacatou os militares no momento da abordagem, por isso, ele foi conduzido à delegacia.
A PM afirmou ainda que vai instaurar um procedimento interno específicopara apuração dos fatos. Veja a nota completa mais abaixo. O g1 contatou a Polícia Civil para saber se o órgão também vai investigar o caso e aguarda retorno.
A confusão começou quando policiais chegaram ao sítio de Ailton para cumprir um mandado de prisão contra o filho dele, suspeito de envolvimento com tráfico de drogas.
Segundo o ex-vereador, a abordagem foi violenta desde o início. O cachorro da família começou a latir ao perceber a movimentação, momento em que um dos policiais disparou perto do animal.
Ailton foi até a porteira, na intenção de evitar que os policiais deixassem o portão aberto ao entrarem na propriedade.
"O cachorro não pega, mas ele latiu e eles deram um tiro, e eu tenho dois netinhos que estavam lá. Depois meteram o pé na porta e ela quebrou. Então eu fui lá porque eu estava com medo deles deixarem a porteira aberta e os animais comerem minhas plantas. Quando cheguei na porteira, o que me agrediu disse assim: 'estavam filmando a gente ali embaixo", e outro policial que já havia me xingado outras vezes, falou que eles iam me provocar e me levar [detido] por desacato", conta.
Ele também afirmou que tentou registrar a ação com o celular, mas foi impedido pelos policiais. "Eu disse que filmar era um direito meu, mas eles me responderam que, naquele dia, as coisas seriam diferentes e que eu pagaria por isso".
"Tive medo de dormir e não acordar mais Então, fui até o hospital, onde passei cerca de três horas. Fui medicado, mas ainda estou com medo, principalmente por causa das ameaças que eles fizeram. Eles não só me bateram, como também me humilharam", disse.
A família de Ailton está traumatizada com o ocorrido. Vinícius José de Assis, um dos três filhos do ex-vereador, afirmou que teme pela segurança do pai. Ele diz que já tem um advogado cuidando do caso, que foi encaminhado ao Ministério Público e à corregedoria do batalhão da PMMG.
A polícia disse também que na entrada da fazenda os militares se depararam com o pai do suspeito, que tem históricos de desacato e resistência às abordagens policiais. Inclusive, ele tentou dificultar a ação dos policiais, fugindo com o celular do filho onde haveria provas dos crimes.
Ainda segundo a PM, durante essa ocorrência, ele desacatou novamente os policiais e resistiu às ordens, motivo pelo qual foi necessário o uso da força para contê-lo e algemá-lo. Diante disso, Ailton também foi levado para a delegacia e teve os celulares apreendidos.
Ponto a ponto do vídeo: