O trágico acidente ocorrido na BR-116, em Teófilo Otoni, que vitimou 39 pessoas no final de dezembro, expõe a necessidade de aprimorar a fiscalização do transporte de carga no Brasil. O laudo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelou uma série de irregularidades no caminhão envolvido no desastre: sobrecarga, excesso de peso, mau estado de conservação e fadiga do motorista. Esses fatores, somados, resultaram em uma tragédia anunciada, demonstrando o risco que a negligência no setor representa para a sociedade.
O transporte de carga é vita para a economia do país, garantindo o abastecimento e a circulação de mercadorias. No entanto, quando feito sem controle adequado, transforma-se em uma ameça constante nas rodovias. O excesso de peso compromete a estabilidade do veículo, acelera o desgaste da malha viária e reduz a capacidade de frenagem, aumentando o risco de acidentes. Além disso, caminhões mal conservados, muitas vezes com falhas mecânicas, representam um perigo iminente para motoristas e passageiros.
A fiscalização nas estradas é um elemento-chave para evitar situações como essa. A PRF realiza um trabalho essencial, mas enfrenta desafios como a deficiência de pessoal e a limitação de recursos. O investimento em tecnologia, como balanças dinâmicas e sistemas automatizados de monitoramento, poderia otimizar a detecção de irregularidades. Paralelamente, é imprescindível que as empresas do setor sejam responsabilizadas pelo cumprimento das normas de segurança, garantindo condições adequadas de trabalho aos motoristas e manutenção adequada da frota.
Regulamentar e fiscalizar essas condições de trabalho é essencial para reduzir o número de acidentes causados por fadiga.
O Brasil não pode continuar convivendo com tragédias evitáveis. A segurança viária precisa ser prioridade, com fiscalização rigorosa e punição exemplar para os infratores.
Só assim será possível garantir que episódios como o de Teófilo Otoni não se repitam, protegendo vidas e promovendo um transporte de carga seguro e responsável.