A falta de sistema de segurança em templos históricos de Minas Gerais impede a presença do santo padroeiro no altar, e permite, só de vez em quando, a "visita" das imagens barrocas aos locais de origem para festas tradicionais.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o cenário vazio leva tristeza e frustração às comunidades de Fazenda Fidalgo ou Fidalguinho, em Lagoa Santa, onde se encontra a capela de Sant"Ana – dedicada à mãe da Virgem Maria e avó de Jesus, celebrada hoje –, e de Quinta do Sumidouro, em Pedro Leopoldo, cujo bem religioso maior está na Capela de Nossa Senhora do Rosário, também do século 18, uma das primeiras de Minas.
Na tarde de ontem, recebida pelos católicos de Fazenda Fidalgo, a imagem de Sant"Ana chegou à singela capela para os festejos em seu louvor, com destaque para amanhã e domingo (28/7), quando haverá missas, procissão, levantamento de bandeira, leilão e outras atividades religiosas (veja a programação). Flores, aplausos e muita emoção preenchem agora os espaços vazios no altar da capela – a devoção é forte, mas a construção peca pela falta de equipamentos de segurança.
A peça sacra, que fica sob guarda da Arquidiocese de BH, na capital, chegou às mãos do padre Luís Gustavo de Oliveira, titular da Paróquia São Paulo Missionário, à qual as duas capelas são vinculadas. Com 60 centímetros de altura, a escultura em madeira policromada estará em local seguro até o final das comemorações.
"Esta capela é um marco em toda a região, e a imagem de Sant'Ana Mestra, que tem Maria nos braços, é referência de fé para as comunidades. Esperamos que um dia ela volte, desde que com todo sistema de segurança e vigilância, o que ainda não temos", disse o pároco ao lado do casal de festeiros deste ano, Nagib Farid Alcici Júnior e Kelly Aparecida de Souza Alcici, Ana do Carmo Silva Rodrigues e Maria do Carmo da Silva, conhecida por Preta."