Aos gritos de "Liberdade!", milhares de opositores saíram às ruas da Venezuela para reivindicar a vitória nas eleições presidenciais de Edmundo González Urrutia, que fez um apelo contra a repressão do povo após protestos que deixaram pelo menos 12 mortos e centenas de presos.
Apoiadores de González Urrutia e da líder opositora María Corina Machado se concentraram na terça-feira (30/07) em Caracas e em outras cidades venezuelanas para contestar o resultado das eleições de domingo (28/07), que, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), alinhado ao governo, concede um terceiro mandato ao chavista Maduro.
"Devemos permanecer nas ruas, não podemos permitir que nos roubem os votos tão descaradamente. Isso precisa mudar", disse a administradora Carley Patiño, de 47 anos.
Liderada por María Corina Machado, a oposição afirma ter provas da sua vitória. Ela afirma possuir cópias de 84% das atas, que provariam a fraude, e as publicou em um site. A comunidade internacional pressiona por uma recontagem transparente dos votos.
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Joe Biden, pediram a apresentação das atas de votação "de forma imediata", ressaltando que as eleições na Venezuela representam "um momento crítico para a democracia no hemisfério".
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, seguiu a mesma linha nesta quarta-feira e pediu "acesso imediato às atas de votação de todas as seções eleitorais". "Até que as autoridades publiquem as atas e as mesmas sejam verificadas, os resultados anunciados não poderão ser reconhecidos".
Para o Carter Center, as eleições presidenciais não seguiram "parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral". "Não pode ser considerada democrática", afirma um comunicado divulgado pelo Centro Carter, convidado pelo CNE para observar as eleições.