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Enfraquecido por potĂȘncias, pacto na ONU Ă© aprovado sob troca de farpas

Por Rede Megga em 22/09/2024 às 17:54:23

Era para ser um marco na história da ONU. Depois de quatro anos de negociações, a Cúpula do Futuro teve início neste domingo em Nova York e aprovou um mapa para resgatar os organismos internacionais e o compromisso dos governos com o clima, direitos humanos e o desenvolvimento social.

Chamado de Pacto do Futuro, o texto tem a meta de estabelecer o caminho das negociações e objetivos da comunidade internacional pela próxima década.

A esperança era de que o acordo fosse aprovado por consenso. Mas, de forma inesperada e com presidentes na sala, a delegação russa rompeu o protocolo e decidiu apresentar novas exigĂȘncias. Sua ameaça era de que iriam bloquear a adoção do Pacto do Futuro se seus interesses não fossem acolhidos.

O texto acabou sendo aprovado, mas a manobra por parte de Moscou enfraqueceu seu peso e escancarou a polarização no mundo. Os russos e seus aliados deixaram claro que se distanciavam do acordo.

O pacto prevĂȘ ações para iniciar uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, a revisão dos organismos financeiros para incluir países emergentes, ações sobre a dívida dos mais pobres, e o início de um trabalho internacional para regular plataformas digitais e mesmo sobre InteligĂȘncia Artificial.

Mas, para diplomatas de diferentes partes do mundo, o texto foi amplamente esvaziado ao longo dos últimos meses. Governos ricos se recusavam a se comprometer com reformas mais ambiciosas de organismos financeiros e de indicar como ocorreria a ampliação do Conselho de Segurança da ONU.

O governo dos EUA ainda se recusou a abrir mão do veto, enquanto dezenas de pontos sobre desarmamento e a transformação do clima em um tema de segurança defendidos por potĂȘncias ocidentais obrigaram os governos a reduzir a ambição do texto original.

No clima, tampouco houve um compromisso maior dos europeus em garantir que os recursos prometidos aos emergentes seriam liberados.

Os líderes das cinco potĂȘncias do Conselho de Segurança sequer viajaram para Nova York para a cúpula, enviando apenas ministros e dando um sinal político de que o documento não teria o peso que se desejava.

Se não bastasse, o impasse na sessão final ainda aprofundou o mal-estar. "Não hĂĄ nada a comemorar", disse o embaixador russo Dmitry Polyanskiy. "A Rússia se distancia do consenso do pacto", insistiu. "Esse foi um processo que ampliou a perda de confiança", lamentou. Para ele, o Ocidente "usurpou a negociação".

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