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Orçamento secreto': STF mantĂ©m suspensão de emendas parlamentares

Por Rede Megga em 11/10/2024 às 07:35:38

Após a segunda audiĂȘncia de conciliação sobre o "orçamento secreto" ocorrida no Supremo Tribunal Federal (STF,) nesta quinta-feira (10/10), o ministro FlĂĄvio Dino, relator da ação na Corte, manteve restrições ao repasse das emendas de comissões (RP 8) e de relator (RP 9). Na decisão, o magistrado criticou a demora dos Poderes Legislativo e Executivo para cumprir decisão do plenĂĄrio do STF que considerou o orçamento secreto inconstitucional — decisão tomada em dezembro de 2022.

Na audiĂȘncia desta quinta-feira, Dino declarou que o Legislativo "deixou de apresentar objetivamente, em audiĂȘncia, informações especĂ­ficas, completas e precisas que permitissem aferir o cumprimento do Acórdão e estabelecer cronograma para ações futuras". Segundo o magistrado, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal se limitaram a afirmar que as regras para transparĂȘncia na destinação de emendas serão firmadas em Projeto de Lei Complementar (PLP).

No entanto, esse PLP ainda não começou a tramitar. Em agosto, o ministro do STF havia determinado que o Congresso apresentasse dados referentes a destinações e mudanças de destinação das emendas de comissão. No entanto, as informações não foram apresentadas.

"Vista das carĂȘncias quanto ao cumprimento das determinações judiciais, permanece inviĂĄvel o restabelecimento da plena execução das emendas parlamentares no corrente exercĂ­cio de 2024", destacou Dino. "Na condição de Relator, espero que isso ocorra com a brevidade necessĂĄria e congruente com as relevantes controvérsias debatidas nos autos".

Em relação ao Poder Executivo, também acionado pelo ministro, a Controladoria-Geral da União (CGU) informou que "56% das Emendas não foram identificadas, não sendo possĂ­vel verificar o total de empenhos". O órgão ainda apontou que não pode garantir a precisão dos nĂșmeros, a menos que o Legislativo disponibilize os dados.

O julgamento da Corte sobre a constitucionalidade do orçamento secreto foi iniciado com apresentação da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 854 pelo Psol e finalizada em 2022 com placar de 6 a 5 no Supremo. O processo, no entanto, voltou a tramitar após o Psol acionar a casa alegando descumprimento da medida. Com a aposentadoria de Rosa Weber, o ministro FlĂĄvio Dino assumiu a relatoria do caso.


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