Nesta segunda-feira (14), o dólar à vista apresentou recuo frente ao real, seguindo a tendência de queda observada no exterior. Investidores globais demonstraram cautela com ativos norte-americanos em meio às incertezas geradas pelas políticas do governo Trump.
O mercado doméstico reagiu positivamente ao recente abrandamento nas tarifas dos Estados Unidos, embora permaneçam as preocupações com a possibilidade de novas taxas no futuro.
As expectativas dos norte-americanos em relação à inflação de curto prazo atingiram, em março, o nível mais elevado desde outubro de 2023. Essa percepção surge em um contexto de avaliação negativa das finanças pessoais e incertezas sobre as perspectivas de contratação, conforme apontou um relatório do Federal Reserve de Nova York.
"Em sua mais recente Pesquisa de Expectativas do Consumidor, os entrevistados veem a inflação daqui a um ano em 3,6%, acima dos 3,1% em fevereiro, igualando o nível visto em outubro de 2023." informou o banco.
Às 16h31, o dólar à vista registrou uma queda de 0,35%, cotado a R$ 5,851 na compra e R$ 5,852 na venda. Paralelamente, na B3, o contrato de dólar futuro com vencimento mais próximo apresentou um recuo de 0,55%, atingindo 5.850 pontos.
Na sexta-feira, o dólar à vista encerrou o dia com uma baixa de 0,49%, fixando-se em R$ 5,8698. O Banco Central conduziu um leilão de até 20.000 contratos de swap cambial tradicional, visando a rolagem do vencimento programado para 2 de maio de 2025.
A valorização da moeda brasileira ocorreu em um cenário de desvalorização generalizada do dólar no mercado internacional. A moeda americana perdeu terreno em relação a outras moedas fortes e pares do real, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.
Nos mercados emergentes, investidores demonstraram alívio com a postura mais branda de Donald Trump em relação aos planos tarifários, que vinham gerando temores de uma guerra comercial global desde o anúncio do "Dia da Libertação", em 2 de abril.
A Casa Branca anunciou a concessão de isenções tarifárias para diversos produtos eletrônicos, como smartphones e computadores, além de uma isenção relacionada à tarifa de 125% sobre a China, beneficiando empresas norte-americanas com produção no país asiático. Os mercados aguardam o início de negociações tarifárias bilaterais com os EUA, com encontros entre autoridades norte-americanas e japonesas previstos para quinta-feira.
Analistas expressam preocupação de que a imposição generalizada de tarifas possa reacender a inflação global e desencadear uma recessão em diversos países. A volatilidade nas decisões do governo Trump tem gerado apreensão nos mercados e levantado questionamentos sobre a confiança na moeda norte-americana. Em contrapartida, moedas de países emergentes foram impulsionadas pela alta nos preços de commodities, como minérios de ferro e petróleo.
*Reportagem produzida com auxílio de IA